Na era digital, o conselheiro dos novos tempos precisa direcionar e influenciar a organização para desenvolver o equilíbrio entre o olhar prático e também de curto prazo, centrado muitas vezes pelas questões puramente financeiras, com uma visão estratégica de futuro onde para se manter em constante evolução e inovando.
Essa transformação é desafiadora pois exige que os profissionais saiam de sua zona de conforto e passem diretamente para a zona de confronto. Dada a evolução contínua das tecnologias e das formas de comunicação, as expectativas crescentes para o que uma empresa ou marca precisam oferecer aos clientes e, consequentemente, a proliferação das ofertas disponíveis ao consumidor, não há sinais de que os papéis e responsabilidades dos times se mantenham os mesmos, nem mesmos os que antes pareciam mais estáveis.
Muitas organizações começam a ter como prioridade o desenvolvimento das habilidades técnicas de suas equipes, com as relacionadas à alfabetização de dados, que se torna um skill fundamental para os profissionais de marketing, por exemplo, nessa era de IA, big data e automação.
Mas, se por um lado, esse upskilling se torna necessário do ponto de vista técnico, na medida em que a natureza do trabalho evoluir e as máquinas e robôs assumirem ainda mais os aspectos facilmente automatizados das funções, o lado humano se tornará ainda mais crítico para o sucesso dos profissionais na geração de valor para empresas e clientes.
A aceleração exponencial do mundo não nos permite centralizar o controle, ou ficaremos para trás. Quando a velocidade e a diferenciação são a chave do jogo, nos forçamos a repensarmos as maneiras de trabalhar. E aí entram novas habilidades comportamentais que serão fundamentais para esse novo momento.
Ou seja, a organização passa a ter que orquestrar o desenvolvimento do seu time tanto em hard (competências técnicas) quanto em soft skills (competências comportamentais). E justamente esta ambidestria seja, talvez, a mais importante habilidade requerida enquanto vivemos nesta era digital: o equilíbrio entre o olhar prático e o olhar intuitivo, do foco em resultados e do foco no cliente.
Trabalhar tanto o lado da “exploração” – ou seja, ter fortes capacidades que permitem antecipação, inovação e adaptação, que se traduzem em atributos corporativos como insight & foresight, inspiração & paixão e tentativa & erro – quanto o lado da “explotação”, que implica em ter fortes capacidades quando se trata de planejamento, bem como otimização e controle, resultando em atributos como formalização & compliance, controle & monitoramento e documentação histórica & experiência.
Desenvolver habilidades comportamentais nos times como empatia, resiliência e criatividade, aliadas à entrega de resultado, entram na agenda estratégica. E é necessário incentivar esses novos comportamentos por meio de exemplos, de um incentivo ao autodesenvolvimento, o que é chamado de lifelong learning.