Embora muitas pessoas associam inovação à tecnologia, de fato inovação é uma cultura que precisa ser inserida nas organizações e equipes. Ou seja, criar um ambiente onde haja liberdade e estímulos para que todos possam contribuir com novas ideias, sem medo de errar, compreendendo que há chances de não dar certo, corrigir rotas e coletar os aprendizados.
No Episódio #49 do Podcast Ambidestra, convidamos Roberta Pate, Business Lead do Spotify no Brasil. Falamos sobre a Cultura da empresa, que possui a inovação enraizada em seu DNA – e promove a ambidestria, na prática!
Dos discos prensados para plataformas de streaming
A história de Roberta com a música começou em 2005, vivendo na pele como é estar no território dos artistas, fazendo parte de uma banda. Tão logo, em 2008 iniciou sua carreira na Sony Music, passando por diversas áreas e tendo a oportunidade de trabalhar com planos de marketing de artistas globais como Beyoncé, Avril Lavigne, JayZ, entre outros.
Ela relembra o quanto as conexões e formas de aproximar esses artistas a diferentes mercados eram feitas muito “corpo a corpo”, e explorando bastante na época as comunidades do Orkut, por exemplo.
Com a chegada do iTunes no Brasil, iniciou-se uma transição para o universo digital, que se consolidou na sequência com a chegada dos players internacionais de streaming. Partindo de um cenário de discos prensados para um modelo de acesso livre, com uma prateleira infinita de música, houve uma grande quebra de paradigmas. O jogo mudou completamente: novas obras eram produzidas e distribuídas em grande velocidade. Tudo isso aconteceu em meio a uma grande crise fonográfica, causada pelo alto índice de pirataria.
Aproximando a audiência
No final de 2013, Roberta chega ao Spotify, antes mesmo do início de suas operações no Brasil (que ocorreu em 2014 e, quando de fato, o formato de streaming começou a se consolidar).
Ela relembra o quanto seu papel no primeiro ano foi crucial para preparar o mercado e artistas para esta transição, movimento muito disruptivo não apenas para os consumidores, mas também para os artistas e para o mercado de gravadoras, produtoras e distribuidoras, que precisavam entender as novas formas de comercialização, distribuição e direitos.
Sua empatia por já ter vivido do outro lado, como artista, contribuiu muito nesse discurso real e educativo com os artistas, demonstrando a eles o quanto o streaming poderia tornar suas jornadas muito mais assertivas, trazendo uma riqueza de dados muito maior sobre suas audiências através do Spotify for Artists e Spotify for Podcasters, por exemplo.
Cultura de Inovação na prática
Spotify é uma empresa que nasceu dentro de uma cultura de startup e passou por uma grande virada quando abriu capital, expandindo globalmente seus negócios.
Tornar-se uma empresa global trazia inúmeros desafios, levar música e cultura para bilhões de pessoas ao redor do mundo, garantindo que as mensagens desses artistas chegassem de maneira adequada e enaltecida a cada parte diferente do mundo.
Manter o espírito de startup, com foco em inovação, velocidade e times autônomos, trazendo uma camada humana a tudo isso, está enraizado na cultura da empresa.
“Permitimos que equipes de diferentes funções trabalhem com autonomia, mas que estejam informadas, conectadas entre si e incluídas nas decisões relativas aos seus mercados.”
É necessário também manter um olhar para além da tecnologia e dados: como traduzir, ou até mesmo ampliar os olhares para conversas, conexões culturais relevantes para seus públicos e artistas ao redor de todo mundo?
“Tivemos que desenvolver um lado de adaptação com a expansão da empresa, mas não deixando de lado o legado que a startup nos deixou.”
Times colaborativos e diversos, ideias inovadoras.
Um projeto de sucesso no Spotify é a “Hack Week”, que coloca em prática todo esse espírito e cultura inovadora necessários em organizações ambidestras.
Uma vez ao ano, durante uma semana, os times de desenvolvimento se abrem para ouvir ideias de outros colaboradores com o objetivo de buscarem melhorias ou até mesmo novas funcionalidades para os produtos.
Um exemplo de sucesso que nasceu em uma “Hack Week” foi a funcionalidade de “Descobertas da Semana”, onde uma playlist com 30 músicas é disponibilizada aos usuários, abrindo novos caminhos para descobertas musicais.
Um grande foco no Spotify também é o de promover a inclusão e diversidade, como premissas para uma cultura de inovação e criatividade.
“Somos intencionais com a diversidade, primeiro pensamos em uma cultura inclusiva, com esta mentalidade conseguimos diversificar a equipe, com um grupo diverso, trazemos experiências de vida diferentes, tornando as discussões muito mais ricas.”
Mas isso é só uma degustação de muitas coisas incríveis que falamos nesse episódio. Confira o episódio na íntegra clicando aqui.
Aqui na Ambidestra acreditamos numa transformação sistêmica para que as organizações sejam verdadeiramente ambidestras, e a cultura é parte fundamental desse processo. Apoiamos para que os processos, a estratégia e os ritos de cultura incentivem a inovação no dia a dia.
Até a proxima.
Didi e Lili